quarta-feira, 15 de julho de 2009

Adam did it

Olá a todos, sou Lucy Woods (meus pais gostavam de Beatles e usavam drogas durante a adolescência, LSD sabe). Bem... Tinha 16 anos, cabelos loiros, olhos claros e uma bolsa Louis Vuitton. Quer saber por que estou falando no passado? Porque no momento estou meio que morta, sim a morta está falando extremamente clichê tipo memórias Póstumas de Brás Cubas ou Beleza Americana, só que se a morta não contar a própria historia minha amiguinha Nikki nunca contaria... (suspiro)

Poderia ter tido uma carreira, vários maridos, casas, carros, amantes e muita grana, mas não, morri em um beco abandonado de uma cidade que nem o demônio curtia. Mas vamos parar de falar de mim, vamos falar de como morri...

Eram oito horas em ponto, havia passado meu melhor perfume e me despedia de Nikki que transpirava inveja, de mim, é claro. Do lado de fora podia ver Adam no final do corredor. Me apressei para alcança-lo.

-Oi-disse ainda sem jeito

-Boa noite Lucy. Vamos fiz reservas em um bom restaurante. - era um sonho ouvir ele dizer meu nome

-Sim, claro. Onde?

-Calma, você verá. - Ele apontava a cabeça em direção a saída.

No caminho a cidades, mil coisas passavam pela minha cabeça. Primeiro já teria meu par ideal para o baile, segundo se eu começasse a sair com Adam, teria minha credibilidade como líder de torcida lá em cima e logo eu seria capitã do time, e terceiro, Lola ia me invejar pelo resto do ano letivo. Aqueles olhos verdes e aqueles cabelos escuros com todo aquele charme e altura tinham sido feitos exatamente para mim- sim Nikki, para mim.

Jantamos em um restaurante italiano maravilhoso. Conversamos muito e acabamos com uma garrafa de vinho. Eu nunca tinha bebido, então estava muito tonta. O mundo girava, mas era a sensação mais agradável que já sentira- minha mãe não podia sonhar com isso, ela sempre dizia que o álcool tira a virtude da mulher, o que posso dizer? Cresci em uma família conservadora.

Adam e eu levantamos, havíamos decidido terminar isso em outro lugar. Voltamos então ao colégio. Adam e eu cambaleávamos pelo corredor rindo, e nos beijando apaixonadamente- sim Nikki, a-p-a-i-x-o-n-a-d-a-m-e-n-t-e. Ele beijava meu pescoço e não conseguia faze-lo parar. Estávamos indo em direção do meu quarto, mas lembrei de que Nikki nunca saia de lá, e provavelmente já estaria dormindo a essa hora, sabia que não seriamos silenciosos se é que me entendem. Tentei convencer Adam para irmos para seu quarto. Entramos no quarto vazio e silencioso e nos deitamos na cama. Adam me beijava.

-Tem certeza que ninguém vai chegar hoje? Cadê o seu colega de quarto?- perguntava receosa

-James está por ai com alguma garota então só vai chegar amanhã ou sei lá quando- disse sorrindo e continuava a me beijar

-Então você quer dizer que o James não é fiel a Nikki? Tenho que contar isso para ela agora!- disse levantando decidida da cama

-Não, quer saber eu tenho certeza que ele está em algum bar jogando sinuca com homens e tomando cerveja- disse Adam me puxando de volta para a cama.

-Não disfarça você sabe de algo e vai me contar.

Ele olhou fixamente nos meus olhos e disse:

- Você vai se acalmar e ficar aqui agora, está bem?

- Sim- respondi involuntariamente. Tinha sentido a sensação mais entranha do universo, era como se ele em controlasse, mas para mim tudo era efeito do álcool- agora entendo porque a Nikki era tão estranha, ela vivia bêbada.

Nós continuamos a nos beijar. Dessa vez, ele beijava meu pescoço mais forte e subia meu vestido quando senti algo estranho em minhas costas. Eu o afastava procurando o motivo do meu incomodo, mas ele continuava a me beijar. Então achei o objeto, tinha uma textura estranha, era algo de plástico, um saco, estava cheio pela metade com o que parecia ser...

-Sangue? – soltei, ao ver o que segurava- O que é isso Adam?

- Ah é... é nada- disse tentando tomar o saco de mim.

- Sim é algo. Poderia me explicar a finalidade disso?- me impus esperando uma explicação lógica.

- Faço doação de sangue, por isso a bolsa.

- Nossa isso é completamente anti-higiênico, e sangue deve ser mantido em temperatura baixa...

- Desculpa, eu realmente não sei como isso foi parar ai.

Eu comecei a rir- acho que não deveria ter bebido tanto- e cambalear pelo quarto com a bolsa de sangue na mão.

- Adam você me deve uma explicação logica e racional agora!

- Lucy meu amor me devolve isso- ele tentava vir para cima de mim pegar

E eu passava por cima da cama para o outro lado do quarto.

- Vem Lucy, me devolve vai, você vai... - disse ele já me segurando antes que tropeçasse no fio da luminária- cair.

- Eu estou... - olhei assustada para minha perna que escorria sangue- Como eu me...?

- Nossa você deve ter machucado em uma farpa da cama- disse ele tirando a bolsa de sangue da minha mão e me colocando sentada na cama.

- Eu não posso ver sangue... Desde que Harry Winslet cortou o joelho no jardim de infância eu não suporto o cheiro de sangue, acho que vou... - minha visão estava escura, Adam era um borrão. E então desmaiei.

Lembro-me de ver luzes, de estar deitada no banco de trás de um carro a caminho da cidade, acho que reconhecia aquele monumento. Via luzes reluzentes que machucavam meus olhos, então os fechava mais uma vez. Ouvia Adam, tinha quase certeza que era ele, ele repetia consigo:

- O que eu fiz? O que acabei de fazer? Porra! O que vão dizer? O que eu fiz? O que fiz?

Lembro-me de acordar com a umidade do chão e com o frio que sentia com o vento batendo em minha pele.

- James, você tem que vir aqui agora! Eu, eu fiz... Eu...- ouvia a voz de Adam bem longe, não conseguia ver onde estava, meus olhos já não abriam mais.

Ele me arrastou pelo chão áspero que arranhava minha pele, e colocou-me sentada encostada na parede fria. Sentia sangue escorrer da minha cabeça, descendo pelo meu rosto. A dor, a dor era insuportável, eu queria morrer, morrer ali naquele momento. O tempo parecia que não passava nunca, mas eu já não permanecia acordada por muito tempo.

- Que merda Adam, o que você acabou de fazer? Você sabe que quando você fode com tudo nós temos que nos mudar para longe!

- Eu estava com sede e ela sangrando, eu... eu... não podia controlar...

- Porra Adam! È por isso que você deve beber sempre, sempre! Merda!

-Eu... Sinto muito cara

- Adam presta atenção. Você não é mais o serial-killer que encontramos há 54 anos em Nova York. Você pode se controlar agora irmão, nós confiamos em você.

Senti mãos frias tocando meu corpo, agora elas queimavam minha pele.

- Adam você arrancou até o escalpo!

- Era o que eu fazia... Vai parecer coisa de serial-killer

-Adam, ela está viva ainda!- sentia uma mão pesada no meu peito- Merda Adam nem de matar ela você foi capaz?!

-Não vai mais doer, eu prometo- senti um sussurro no meu ouvido.

Então senti a faca apunhalada em meu peito, mas agora já não sentia mais dor, só um peso forte no meu peito e sentia frio, muito frio.

sábado, 23 de maio de 2009

Capitulo Extra: O que aconteceria se Nikki Reid fosse uma patricinha sem personalidade



Seu nome é Nicole Reid, todos que a conheciam em Detroit a chamavam de Nikki. Mas no momento não estava em Detroit, estava no carro de seu pai escutando-o falar de como ele e a mamãe a amavam muito, por isso a mandariam para uma ótima, e cara, escola interna.
Eles realmente a amavam demais por isso a mandaram para esta escola, como não aguentavam mais um olhar para a cara do outro, decidiram a manter longe até terminarem o processo de divorcio sem ela saber. Ela podia não ser muito esperta, mas já havia percebido há tempos o plano dos pais, quando achou os papeis em uma gaveta do escritório do pai, eu poderia dizer que ela estava procurando dinheiro para ir ao shopping sem o pai deixar, mas não foi.
Ela lera todo o documento nos mínimos detalhes para ter certeza de que não era um engano, guardou o documento no mesmo jeito que seu pai deixara e sorrindo foi ao shopping, lógico que só depois de achar o dinheiro guardado... ops, falei.
-Da para imaginar – falou calçando um sapato que pretendia comprar com o dinheiro do pai – Divórcio, ai Meu Deus, os dois vão se separar – olhou para a moça da loja – Vou levar esse, você pode pegar um com mais salto, por favor?
-Pensa pelo lado bom, você vai ganhar dois presentes, eles vão brigar para te dar o melhor carro, vai ser ótimo – Tracy Nails, amiga desde a sétima serie da Nikki, falou enquanto decidia se levaria uma sandália ou uma bota – Só que vai ter aquela carência de pais, você terá que ficar indo de uma casa até a outra, todo fim de semana isso deve faze mal, para pele... Vou levar os dois – falou decididamente para a mulher que as atendia.
-Eu sei, mas eles querem me mandar para uma cidadezinha retro no meio do nada para "pensar melhor no meu futuro", não era mais fácil eles falarem que vão se divorciar e me darem dinheiro para afogar minhas mágoas em sapatos?
Isso mostra um pouco da personalidade amável e racional de nossa protagonista. Após essa revelação comovente passam-se alguns meses.
Agora voltamos ao carro.
-Chegamos meu anjo, vou para a diretoria confirmar a matricula. Uma das inspetoras a leva até seu quarto.
Seu pai, Anakim Reid, não era de falar muito, vivia para o trabalho e estava extremamente descontente com o ocorrido, não com o divorcio, na verdade estava dando pulos de alegria com isso, mas não queria se separar da filha, sua bebezinha, linda e perfeita, na visão dele lógico. Nikki era boa em manipulá-lo, mas isso é outra historia... Voltando ao After (Sim esse é o nome da historia)
Nikki foi conduzia pelos corredores da escola por uma senhora gorda e falante - os sapatos não combinam com o vestido, da para ver a raiz sem pintar dos cabelos, está escola é um démodé sem graça, um retro totalmente fora de moda, tem poeira nos cantos... - tudo que a mulher falou foi abafado por estes pensamentos um tanto quando inúteis. Nossa protagonista só voltou e escutar quando a senhora falou.
-Seu quarto querida, espero que goste da sua nova colega.
No quarto havia alguns moveis antigos, pós-guerra provavelmente, mas o principal havia também uma menina loira de bochechas rosadas e estatura mediana:
-Oi, Nicole não é? Sou Lucy Woods, bem vinda a Diamond Beach.
-Pode me chamar de Nikki, esta cidade parece meio parada, tem alguma coisa interessante para fazer aqui?
-Tem garotos ótimos e festas melhores ainda, mas só nos fins de semana, te levo em uma, mas primeiro temos que comprar roupas que combinem com a cidade para você.
Com isso iniciou-se uma amizade, na verdade a amizade se iniciou quando elas perceberam que davam gritinhos histéricos a cada termino de frase.
Algum tempo depois, lá pela oitava festa que fora Nikki teve coragem de falar.
-Quem são aqueles caras que vem em todas as festas? -Olhava em direção a um grupo de cinco garotos.
-Lembra que falei que os garotos são ótimos? Aqueles são os melhores, não muito sociáveis, mas os melhores mesmo assim.
-Por que não muito sociáveis?
-Sei lá, eles meio que repelem qualquer um que não é do grupo... Não sei como, mas meio que dá medo sabe?
-Eu vou lá! Morder eles não mordem, não tem o que temer.
Lucy tentou falar alguma coisa, mas viu que não valia a pena. Nikki estava na metade do caminho ensaiando o que falaria:
-Olá - usou um sorriso que estava ensaiado durante anos na frente do espelho para momentos como aqueles - Sou Nikki, estudamos na mesma escola, vocês estão a fim de beber alguma coisa comigo e minhas amigas?
Um dos garotos, cabelos pretos metodicamente desarrumados, olhos azuis, alto e com um sorriso sádico no rosto tomou a frente do grupo para falar.
-Bem... Se você e a sua amiga tivessem um pouco mais de personalidade até que seriam meramente interessantes, mas como não tem gostaríamos que nos deixassem em paz pelo seu próprio bem estar, que é outra coisa que não nos importamos se vocês tem ou não... ou melhor não nos importamos em tira-lo de vocês. A sim meu nome é James prazer, agora adeus.
Com isso Nikki ficou meses sem ir a festas nem falar sobre este dia. Em meados de setembro seu pai foi buscá-la para morar com ele em Nova York.
Nicole Reid cresceu, se casou, teve filhos, envelheceu e morreu sem nem fazer ideia do que poderia ter conhecido ou vivido.

sábado, 2 de maio de 2009

Oitavo capítulo


-Eu matei uma garota
-Por que fez isso?
-Ela sabia com quem a Lucy saiu e decidiu contar para o xerife.
Pensei um pouco e falei
-Foda-se
-Foda-se? Só isso? Você não liga?
-Não? Se fosse eu elas provavelmente não dariam a mínima
-O Adam matou outra garota também...
-Foda-se as pessoas de certo. Por quê?
-Era meio que um plano para o xerife pensar que você não matou ninguém. Você estaria na festa, seria um bom álibi.
-Você mata e eu preciso do álibi - fingi que pensei com sarcasmo - Esqueci que sou a delinquente da escola. Eu conhecia alguma delas?- perguntei com um pouco de sentimentalismo na voz.
-Não sei, Briony e Lola?
-Fodeu.
-Por quê?
-Briguei com a Lola na festa. Por que matou ela?
-Falei que ia matar uma, mas o Adam matou outra e é isso
-Deuses. Vocês matam pessoas tão naturalmente
-Somos que nem o exército americano
-Agora vai embora. Vamos sair à noite, quem sabe passa a ressaca
-Mas amanhã tem aula
-Nós cabulamos
Ele riu e após me beijar saiu.
Percebi realmente que ainda fedia a cerveja então fui tomar um banho. Ao voltar vi Wes em frente ao meu quarto.
-Não entrou por que não foi convidado?- falei me lembrando de um livro de vampiros que eu havia lido.
-Não eu não tenho a chave, mas isso é só mais uma história idiota. Soube que mataram a Lola
-Muito inteligente da parte deles. Vocês conseguem fazer o xerife não encher meu saco por causa disso?
-Matando ele, mas isso está fora de cogitação no momento.
-Por quê? Vocês mataram um monte de meninas, por que não matar ele?
-Se meia dúzia de patricinhas adolescentes não-tão-virgens morrerem as pessoas pensam que é só mais um psicopata de passagem, mas se um policial morre, elas realmente ficam preocupadas, qualquer movimento em falso elas nos descobrem, e incendiar igrejas cheias de gente em cidades pequenas esta meio fora de moda.
-Está bem –desejei não ter ouvido aquilo – Se é tão perigoso serem descobertos, por que o James me contou?
-Sei lá, acho que foi com a sua cara –parou de falar por uns segundos – É... Sobre ontem...
-Esquece – Sabia o que falaria, mas não queria ouvir até o fim – Esquece – queria afirmar a ideia – Não teve nada, sexo de bêbado não conta, mas se você falar alguma coisa para o James juro que descubro a maneira mais horrível de te matar, e a ponho em prática.
-Pensei que não se importasse com ele.
-Não me importo, mas... Sei lá, acho que não me importo.
Parei de tentar achar a resposta entrando no quarto e fechando a porta em sua cara. Desta vez não a abri novamente.
As nove, depois de ter passado o dia agonizando em meu quarto me arrumei, não exatamente me arrumei, só coloquei qualquer coisa, pois não sabia aonde iríamos e não me importava, pelo menos fingia que não me importava.
-Aonde você quer ir? – James disse ao abrir a porta sem bater.
-Queria realmente que o negócio do convite fosse verdade. Você nunca entrou no meu quarto enquanto eu dormi né?
-Que porra você está falando? Lógico que não entrei, que retardado tarado faria isso?
-Ah, não sei, tem gente que acha romântico, eu chamaria a policia se ela não achasse que sou uma assassina em série.

-Vamos?

-Sim, estou com fome, eu dirijo você paga.

sábado, 25 de abril de 2009

Sétimo capítulo:Sangue e Vodka part II

-No meu quarto. Não estava muito a fim de vir.

-Tanto faz- disse fingindo desinteresse - Que bom que o Wes foi te buscar. Fica aí com ele porque eu preciso ir

-Espera você me dá bronca por eu chegar atrasada e agora você vai embora?-disse isso rindo-Adoro nosso relacionamento.

-Para de beber- disse isso sério

Pegou a chave do carro do Wes, sussurrou algo para ele e saiu em disparado antes que eu pudesse ver.

Entrei na festa com o Wes e olhei ao meu redor, tinha pessoas que eu só tinha conhecido de vista, alguns da cidade, as ex-amigas da Lucy as quais eu não fazia questão de conhecer e outros do colégio também. De todas as festas essa era uma das três piores que eu já tinha ido- não vamos comenta as outras duas.

-Segura - disse Wes me dando um copo

-Diz que é alcoólico

-Minimamente - respondeu rindo

-Super

Tentei ignorar a música tecno, deprimente que tocava. Me encostei na parede e me deparei com um das ex-amigas da Lucy na minha frente se preparando para jogar cerveja em mim. Antes que eu pudesse perguntar já estava olhando para minha camiseta molhada e fedendo a cerveja.

-Que porra é essa?- perguntei a garota que se virou e tentou ir embora

Peguei-a pelo ombro.

-Quem você pensa que é? Pra que isso?

-Lola Johnson, já nós conhecemos- dizia a garota ruiva metida- Lembra-se da Lucy, aquela garota que você matou? Foi ela que nos apresentou.

-Olha sua vaca, não desconte nos outros se você só ganha dois dólares por programa- sua face congelou, em uma mistura de raiva e desespero , provavelmente imaginou que eu não responderia- Agora some daqui, já estourei a cara de patricinhas como você por motivos menos absurdos que esse.

Parei por uns segundos esperando uma resposta que não veio

–E só para constar, eu não tinha nenhum motivo para matar a Lucy.

Ela tentou achar uma resposta, mas desistiu e saiu com as outras amigas. Algumas pessoas saíram com ela, outras simplesmente ficaram chocadas.

-Você– falei apontando para o Wes que estava rindo em um canto –Prepara alguma coisa bem forte para mim beber.

-Depois desse show te dou até absinto- disse isso rindo

-E vê se coloca uma música descente.

A festa ficou agradável depois disso, comecei a conversar com Wes, ele era uma “coisa” interessante de se conversar.

-Como vocês morrem?

-Prata, facas de prata principalmente.

-E sol o que ele faz?

-Nos deixa fracos.

-Que gay.

Olhou-me do mesmo jeito que o James olhava quando eu falava coisas assim, querendo rir, mas fazendo cara de sério.

-E as cruzes?

-Queimam

-Sério?

-Não

-Então você pode entrar em igrejas?

-São bons lugares para dormir.

-Vocês não dormem em caixões?

-Ah... -demorou um pouco depois respondeu num tom sarcástico- Não

-Faz sentido – pensei um pouco – Vocês são os piores vampiros que conheço.

-Somos os únicos vampiros que você conhece.

-Onde o James está?

-Você não consegue manter uma conversa?

-Não as que me entediam

Ele pensou um pouco e olhou em volta, segui o movimento percebendo que estávamos as sós lá, todos já haviam ido embora, pois já eram quase quatro horas.

-Acho que está na hora de ir embora – ele falou me fazendo esquecer minha pergunta.

Saímos e o carro do Wes estava na porta. No caminho de volta continuamos a conversar. Wes me levou até a minha porta, onde me despedi rapidamente e entrei, ao fechar a porta parei e pensei um pouco, abri novamente a porta e ele ainda estava lá.

-Dane-se- falei.

Ele me beijou e entramos no quarto.

Acordei na manha seguinte com batidas na porta, percebendo que Wes já tinha ido há horas. Sem me importar fui abrir a porta

-Que foi?–era James na porta – Quero dormir, você sumiu ontem então some agora.

-Eu matei uma garota – falou como se estivesse me chamando para o café.

-Entra? –estava pensando se ele realmente falou isso ou se era inicio de ressaca [...]

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Sétimo capítulo:Sangue e Vodka


Dia 18/06 sábado, seis horas inicio da noite, olhei pela janela e o sol já estava se pondo. Fins de semana não era preciso usar uniforme, vesti a primeira roupa que me veio a mão: camiseta do Metallica, jeans rasgado e um all-star cano alto, velho e manchado, quando alguém bateu na porta.
-Feliz aniversario amor - Charlie entrou no quarto com duas garrafas na mão - Não deixa ninguém ver, peguei escondido de onde eu trabalho.
-Realmente, a diretora não ia ficar feliz se soubesse que você trouxe vodka para escola, mas quem se importa, vamos comemorar mais um ano que vou de encontro a morte.
Bebemos e conversamos até umas sete e meia quando Charlie perguntou sobre o porquê de não me encontrar com James
-Ele esta organizando uma festa para mim – respondi tomando mais um gole – Deve estar começando agora
-Você não vai? É meio mancada.
-Ele vai mandar um dos amiguinhos-capangas para me buscar quando perceber que eu não estou lá - alguém bateu na porta – Viu, eu tenho o dom.
Charlie riu provavelmente de bêbada, na porta estava Wes, uns dos amigos-vampiros-bizarros do James:
-Deixa-me adivinhar ele mandou você me buscar - com essa frase percebi que também estava meio bêbada
-Quer uma carona?-disse Wes para Charlie, me ignorando.
-Não precisa depois eu vou de moto - levantou meio cambaleante e saiu para o corredor onde Wes esperava impaciente. Ela foi para seu dormitório que não ficava muito longe do meu, enquanto eu segui Wes até o estacionamento, entramos em um carro preto, uma BMW acho. Ele dirigiu por um tempo sem falar nada, até que comecei a mexer nas coisas do carro.
-Apocalyptica? Não e meio clichê para um vampiro?
Olhou para mim como se fosse uma retardada, mas não falou nada, coloquei o CD para tocar, e continuei a mexer nas coisas sem me importar se o estava incomodando, uns minutos se passaram até ele responder.
-Também gosto de rock clássico e heavy metal, não só de melódicos- respondeu rápido como se não quisesse continuar a conversa, mas não queria me deixar sem resposta.
Enchi ele de perguntas, no começo ficou receoso de responder, mas com o tempo a conversa começou a falar mais naturalmente, descobri que ele e James tinha ido a vários shows históricos de rock, viajado pelo mundo inteiro com o grupo que estavam agora, Thomas ,era o mais velho,302, meio que o líder, Wes tinha 143, James 176,Pete tinha 120, Adam era o mais novo, “só” 54.
Quando chegamos no lugar da festa, um pub que ficava um uma pequena cidade próxima de Diamond Beach, fui de encontro de James que estava me esperado na porta.
-Onde você estava?

sábado, 14 de março de 2009

Sexto capítulo: Charlie

Depois de três dias voltei a frequentar as aulas por insistência das inspetoras. As aulas foram desinteressantes, mas no intervalo tive um deja vu, o xerife da cidade vinha em minha direção
-Sou o xerife...
-Sim eu sei nos vimos há poucos dias atrás- disse o interrompendo
-Bem... Eu gostaria de conversar novamente com você sobre a Lucy
Por uma coincidência um tanto sarcástica o sinal para a próxima aula tocou.
-Pode ser depois? Tenho aula agora.
-São só algumas perguntas, é rápido.
-Eu tenho prova agora – menti- Pode falar enquanto andamos?
-Sim claro, vamos... Bem, onde você estava no dia...
-Sai com uma pessoa, por quê?-o interrompi de novo
-Que horas?
-Das nove as onze, por quê?
-Onde vocês foram?
-Praia... Deixa-me ver se entendi, acha que a matei?- paramos no meio do corredor-Claro culpe a delinquente. Licença, agora eu preciso ir para a aula- deixei o xerife para trás.
Na porta encontrei James.
-O que você disse para ele?
-Eu a matei sua voz irritante me enjoava.
-E?
-Depois ele vai vir com um mandato de prisão para mim.
-Que seja Nikki.
-Tchau.
Entrei na classe ignorando qualquer coisa que eu tenha dito, procurando a carteira do fundo para dormir.
-Não sei se você tem muita sorte ou grande azar
Olhei para quem tinha falado, era uma garota.
-Por quê?
-Você só está namorando um dos cinco garotos mais gatos do colégio. Tem um monte de patricinha com raiva.
-Não estou namorando ele. Provavelmente as patricinhas são todas amigas da Lucy. De qualquer jeito, você é nova aqui?
-Não, mas também com a voz irritante da Lucy era difícil perceber algo
Assenti.
-A propósito sou Charlie Smith - disse a garota de olhos e cabelos pretos com um sorriso e a mão estendida.
-Prazer - disse estendendo a mão também- Me chame de...
-Não precisa se apresentar- disse ela me interrompendo – Em uma escola onde o mais incorreto que os alunos fazem é combinar sapatos pretos com vestido florido, uma garota expulsa no meio do ano de outra escola é uma noticia que se espalha rápido.
-Verdade, que droga
-Então porque você foi expulsa?
-Uma patricinha de vestido florido e sapato preto precisava de uns socos
-Entendo. Aí você foi expulsa?
-Exatamente.
Depois de muito conversarmos percebi que Charlie era bem legal e que fazíamos quase todas as nossas aulas juntas, e que provavelmente era a única garota decente naquela droga de lugar.
-Tenho que trabalhar, depois a gente se vê! - disse se despedindo.
Despedi-me e como sempre, fui para a biblioteca, já não aguentava mais ficar no quarto. Pequei um livro que estava na mesa, mas pelo meu azar era um dos livros que eu mais odiava... ”Romeu e Julieta” dois jovens apaixonados morrendo por um amor impossível, meigo, mas um desperdício de juventude.
-Você não parece do tipo que lê isso.
-Estou quase vomitando - me virei para ele -Você não consegue iniciar uma conversa como um ser humano normal?
James sentou do meu lado tirou o livro da minha mão folheou-o, e o jogou de lado.
-Você realmente falou que matou a Lucy?
-Para um vampiro você e meio lerdo na hora de entender sarcasmo.
Olhou sério para mim, não falou nada, pegou o livro, leu, ou fingiu que o leu, depois de escolher as palavras, continuou.
-Então ele não vai vir te prender?
-Não!
-Que bom, realmente tinha ficado preocupado com você.
Dessa vez eu que tinha ficado sem palavras.
-Aah... Mas ele está realmente achando que eu a matei.
-Porque ele acha isso?
-Por eu ser a droga de uma delinqüente!
-Faz sentido- ficou um tempo pensativo - Acho que sei como o fazer esquecer de você. O que você vai fazer esse fim de semana?
Droga pensei, tantos fins de semana e ele tinha que perguntar justo desse.
-Vou ficar no quarto comemorando mais um ano que me aproximo da morte- sussurrei mesmo sabendo que ele escutaria.
-Vai ser seu aniversário! - falou com uma excitação desnecessária – Isso é perfeito, preciso arrumar umas coisas depois a gente se vê.
Levantou-se e em poucos segundos já estava fora de vista.
-Fodeu - a única palavra que me veio à mente naquele momento.

Quinto capítulo: Meia verdade


-O que você quis dizer com acidente?
-Nós podemos falar sobre isso outra hora - disse ele sério -Esquece isso Nikki
-James como você quer que eu esqueça isso?
-Quer a verdade?- disse ele irritado- A verdade? Eu sou um vampiro, o Adam matou a Lucy e você era só o meu almoço.
-James, a Lucy morreu como você pode brincar?
-Você não queria saber a verdade?
-Que merda. Sai daqui James
-Não estou brincando.
-Então você é um vampiro, curte sangue, morre no sol...
-Isso é meio gay
Ele abriu um sorriso malicioso, então o empurrei até a porta. Ele se virou bruscamente e me beijou.
-Você não é tão bom quanto acha. Você não consegue falar sério.
Sorrindo novamente, ele arrancou minha camiseta e me jogou na cama.
Ele começou a beijar meu pescoço foi quando parei de pensar e arranquei sua camisa.
Na manhã seguinte eu percebi que James não estava mais lá. Me troquei, virei e vi James afivelando o cinto, saindo do banho.
-Quer sair para comer alguma coisa?
-Vamos
Saímos do hotel e paramos em um café.
-Acredita que eu sou vampiro?
-Não, você está no sol- disse rindo sarcasticamente olhando para o nada, já que sabia que ele estava brincando.
-Isso é lenda urbana
-Assim como vampiros
Ele tentou me dar uma explicação estúpida que não fiz questão de ouvir, me levantei deixando ele lá. Voltei para o hotel peguei minhas coisas para ir embora, mas James apareceu nervoso.
-Por que você não quer acreditar?
-Porque não faz sentido?
-Me dá algo cortante
-Pra que?
-Só me dá alguma coisa

Peguei um canivete que levava na bolsa e dei para ele.
Num movimento rápido ele fez um grande corte transversal no braço esquerdo, que se curou em segundos. Mas a única coisa que eu consegui falar foi:
-Você sujou o chão e toda sua camisa
-Acabei de cortar meu braço e você fala da camisa
-Deve ter uma explicação para isso
-SIM. Eu sou vampiro
-Troca essa camisa, vão achar que nós matamos alguém aqui no quarto.
-EU... CORTEI... MEU... BRAÇO
-Eu vi, e ele se curou rápido. Isso faz tanto sentido quanto você ser um vampiro, mas como isso aconteceu há uma leve chance de ser verdade
-Leve chance?
-Não sei... Isso é impossível, mas acho que estou começando a acreditar?!
-Desisto. Vamos embora, mas me deixe limpar isso primeiro.
Fiquei em choque até ele se trocar me arrastar para fora. Pegamos um táxi e fomos até o aeroporto. No avião não falamos nada.
Chegando a Delaware ligamos para alguém da escola nos buscar. Na escola fui direto ao dormitório sem me importar com James.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Quarto capítulo: Beloved Lucy



Nessa mesma tarde após os pais de Lucy terem resolvido uns assuntos na polícia e na escola, pegamos um voo para Los Angeles, Califórnia. Era inicio da noite quando pousamos como eu não queria incomodá-los decidi ficar em um hotel. Com o dinheiro que meu pai me mandara podia muito bem pagar um hotel para os dois dias que ia passar lá.

-Tem certeza querida? Na nossa casa tem bastante espaço, não vai ser nenhum incomodo- disse a mãe de Lucy, Lois Wood, com a voz fraca depois de tanto choro.

-Não precisa Sra. Wood, não quero atrapalhar...

-Não tem problema... De qualquer jeito vamos te deixar nesse hotel, ele fica duas quadras do cemitério - disse o pai de Lucy, Bruce, apontando a direção do cemitério após parar na frente de um hotel.

-Obrigada. Acho que vou andando, não precisa se preocupar de vir me buscar... E obrigado mais uma vez por terem me trazido, eu gostava dela.

Sai do carro, agradeci mais uma vez. Lucy era diferente, expansiva, meio hiperativa nunca parava de falar, era estranho conviver com ela, mas até que agradável. Enquanto ela falava, eu poderia ficar em silêncio sem chamar atenção desnecessária.

Entrei no saguão do hotel, como não era temporada de férias tinham muitos quartos e não precisei me preocupar de não ter feito reservas. Paguei os dois dias que ia dormir e subi para meu quarto, assim que me deitei tentei absolver os acontecimentos dos últimos dias como tudo havia acontecido muito rápido, e o que James quis dizer com acidente. Assim que eu voltasse para a escola conversaríamos. Não demorei muito a cair no sono.

Acordei atrasada para o funeral, me troquei rápido a fim de chegar pelo menos antes de acabar. Não fui a muitos enterros, por isso não sabia o que vestir, só sabia que tinha que ser algo preto, então vesti uma jeans escuros e uma camisa preta. Fui direto ao cemitério.

Chegando, vi ao lado da porta os pais de Lucy abraçados, a Sra. Wood chorando no peito do marido. Ao ver isso fiz uma coisa que não fazia há muito tempo, pensei em meus pais, sei que parece estranho, mas nunca tivemos muito contato, mesmo quando morávamos juntos, eles nunca ficavam em casa, sempre tinha reuniões, horas-extras. Agora que acabou o processo de divórcio eles vão ficar ainda mais afastados. Minha mãe no dia seguinte do fim do processo viajou para Escócia, com o namorado, e não ficou sabendo do ocorrido. Meu pai simplesmente ouviu um leve resumo da história, enviou o dinheiro e não perguntou mais nada como se sair da escola para um funeral no outro lado do país fosse uma coisa frequente.

Os pais da Lucy eram diferentes de tudo que eu conhecia, pareciam do tipo que a abraçariam toda vez que ela voltasse da escola, que tirariam dias de folga só para ficar mais tempo juntos, que fariam de tudo para estar sempre ao lado dela, mas agora que ela morreu, eles pareciam sem vontade para viver. Eu agora, me sentia culpada por não ter dito nada sobre Adam ou sobre James.

O velório estava cheio, muitos familiares e alguns amigos de Lucy, todos seguiram o caixão pelo cemitério. Fui seguindo atrás de todos, não me dou bem com multidões, muito menos com multidões de familiares.

Me afastei ao ouvir as palavras do padre, não acreditava no que ele falara, se Deus era tão piedoso porque os pais de Lucy estariam sofrendo agora? Afastei mais um pouco para não expor o que pensava. Fiquei a uma distância boa o suficiente para ver, mas não para ouvir.

-Você não acha que está informal demais para um enterro?- disse uma voz inconfundível, num tom maldoso atrás de mim.

-E você não deveria estar a alguns estados daqui?

-Vim no voo noturno, queria prestar as últimas homenagens a Lucy- disse formalmente.

-Últimas homenagens? James, você nunca conversou com ela- falei sem virar na direção dele- Depois eu quero falar com você... Estou em um hotel a duas quadras daqui, você pode passar lá depois, mas nós só vamos conversar.

Finalmente o padre parou de falar e eu pude me aproximar da multidão. Passou mais algum tempo até o enterro acabar, mas mesmo após todos terem ido embora fiquei junto aos pais de Lucy em frente ao seu túmulo. Não falamos nada um para o outro, eu nem percebi que James também tinha ido embora, o único som que tinha era os soluços de choro da Sra. Woods desolada.

Quando saímos do cemitério já havia passado das onze, o sol já havia se posto e as ruas estavam cheias de pessoas arrumadas para aproveitar o dia. Fui andando sem problemas até o hotel, mas quando chequei alguns metros de sua entrada vi James encostado na parede, parecia entediado, mas mantendo a postura imponente e perfeita. Pelo que parecia ele estava com a mesma roupa que usara no funeral, uma calça social, uma camisa totalmente abotoada, um paletó, todos de cor preta com um ar glamoroso, parecia mais que acabara de sair da entrega do Oscar do que de um enterro- às vezes me pego pensando se ele tem essa postura natural ou se e fingimento de uma mente medíocre que necessita de atenção.

- Está esperando há muito tempo?- minha voz estava desinteressada.

-Desde a hora que você falou para eu vir para cá- falou enquanto bocejava

-Isso faz quatro horas, você ficou ai esse tempo todo?

-Quatro horas... Isso explica o tédio. Você queria falar comigo?

-Depois, eu estou morrendo de fome, não como nada desde ontem à tarde. Vamos pedir comida no meu quarto.

Depois de almoçarmos, ele disse que o hotel estava cheio e que não tinha onde ficar e pediu para dormir em qualquer canto do quarto. Fingi que acreditava, mesmo por que tinha muitas coisas para falar, mas assim que me distrai ele começou a me beijar era quase impossível faze-lo parar. A imagem dos pais de Lucy e seu sofrimento eram mais fortes na minha cabeça, fazendo com que eu juntasse todas as minhas forças para pará-lo e questioná-lo de tudo que ele estava envolvido.

Eu mal sabia que todas essas respostas iam gerar mais perguntas e muitos problemas.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Terceiro capítulo: Desencontros






Os cinco dias de feriado já aviam passado- era uma comemoração ridícula da cidade. James tinha passado todo o feriado comigo, no último dia ele havia me levado a uma festa e me apresentado seus amigos- eles até que eram interessantes também.
Era o primeiro dia depois do feriado, vestia meu uniforme- eu odiava usar essa coisa- uma saia de pregas com camisa branca e meio três quarto, não era meu estilo. Peguei meus livros e ao sair encontrei James me esperando do lado de fora. Foi a primeira vez que eu comecei a gostar do uniforme. Sua camisa estava meio desabotoada, a gravata em volta do pescoço meio solta. Ele estava com uma mão no bolso e com a outra segurava o paletó, a cabeça estava encostada na parede.
-Por que você está esperando?
-Que seja me dá seus livros- disse puxando os livros da minha mão.
-Você é sempre arrogante assim?- dizia ele ao parar na porta da sala de aula.
-Só com você- sorri quando disse isso.
-Tchau, te vejo na aula de educação física- disse ele com malicia.
Eu não entendi, mas já estava chegando à mesa então o ignorei e sentei na carteira nos fundos. De repente vi Lucy correndo na minha direção.
-James... Você está saindo com ele?VOCÊ?
-Alguma coisa errada? Não posso?
-Não quis te ofender, mas justo VOCÊ...
-Se você não conseguiu a culpa não é minha.
-Desculpa- disse ela saindo meio ofendida.
Depois de umas três aulas, fui para educação física um pouco curiosa com o que James disse já que não tínhamos aulas juntos. Chegando lá ele estava jogando futebol, com a camisa aberta sem a gravata sorria vindo em minha direção.
-O que você está fazendo aqui?- perguntei curiosa
-Jogando futebol, só vim te perguntar se queria sair hoje?
-Como sabia meu horário?
-Tanto faz, quer ir ou não?
-Decidiu bancar o arrogante agora?
Deu um sorriso e continuou a jogar. Fiquei sentada a aula inteira, pois não tinha vontade o suficiente para jogar. Olhando para James fiquei pensando porque ele me dava tanta atenção, pensava acreditando nas palavras da Lucy. No intervalo chamei Lucy, mas ela disse que tinha que arrumar umas coisas na biblioteca- acho que estava com raiva de mim. Fui até o refeitório e me sentei numa mesa afastada que estava vazia, e comecei a adiantar umas lições para o dia seguinte.
As aulas passaram e logo eu já estava no dormitório. Deitei na cama olhando pra cima, Lucy me assustou abrindo a porta toda apressada
-Adam, o amigo lindo do James, me chamou para sair! Isso não é demais?- a empolgação em sua voz me irritava.
Eu me lembrava de Adam, parecia ser o mais novo do grupo, era meio evasivo comigo.
-Que legal- mostrei entusiasmo sarcástico ao dizer isso.
-Vou voltar tarde, não me espere acordada.
-Boa sorte.
Ela bateu a porta saindo apressada. Algum tempo depois quando terminei minha lição de casa decidi ir tomar banho quando lembrei me que James ia me buscar.
-Vem, não vou deixar você fugir de novo- disse James me agarrando pelo braço quando sai.
-Mas eu nem me troquei
-Tanto faz
Ele me arrastou até o carro. Ele estaciona e me arranca do carro de novo, chegamos à praia.
-Vamos?
-Tenho opção?
-Você só reclama
-Não estou reclamando, só não gosto de praias.
-Que seja vem- disse me puxando de novo.
Eu realmente achava que aquilo era um sequestro, normalmente esse tipo de comportamento não é normal - na verdade ele não era muito normal, o que me fazia acha-lo interessante, acho. Sentamos na praia e ficamos ali por um tempo.
-É assim que você vai me fazer gostar desse lugar? Trazendo-me aqui?
-Essa é a única parte legal da cidade, contente-se com isso.
-Desculpa, por que você sai comigo mesmo?
-Não tenho nada melhor para fazer.
-Eu também não.
-Então vamos acabar com o tédio.
Ele se virou e me beijou. Estávamos quase caindo na areia quando o celular tocou.
-Droga
Ele atendeu.
-Fala- falou com raiva enquanto a pessoa do outro lado da linha falava- Estou indo para aí.
-Que foi?
-Nada, vamos embora, tenho um assunto urgente.
Entramos no carro. Ele me deixou no estacionamento e a última coisa que disse foi:
-A gente continua depois- estava com um sorriso ao dizer isso.
Fui para meu quarto, estava tarde, tomei banho e então dormi. Quando acordei percebi que Lucy não estava lá, mas não achei estranho já que ela sempre saia primeiro. Troquei-me, estava quase saindo quando James entra no quarto.
-Que foi? Eu tenho aula agora, depois à gente conversa.
-Você não sabe o que aconteceu?- dizia ele meio sem acreditar
-Não?
-Lucy... Foi encontrada morta, o xerife está querendo conversar com você.
-Mas... Como?
-Ninguém sabe ainda. Só não fale que ela saiu com o Adam, depois eu explico.
Ele saiu, e eu fui para a aula sem entender- não tentei entender. Todos estavam comentando o incidente. Lucy era meio irritante, mas ela era uma boa companhia- era?!Não tenho certeza. No intervalo fiquei sentada no canto meio afastada. Vi um homem fardado provavelmente perguntando de mim, pois ele parou numa mesa cheia de meninas que apontaram na minha direção e veio até mim.
-Xerife McCulkin- disse mostrando o distintivo- preciso fazer umas perguntas. Posso me sentar?-disse puxando uma cadeira
-Claro
-Primeiramente, sinto muito pela sua amiga.
-Eu também.
-Quando foi à última vez que você viu ela filha?
-Ontem à tarde, ela disse que ia sair com um cara.
-Quem?
-Não sei, ela não me disse- tentava mentir, e para mudar de assunto perguntei - Como ela morreu?
-Bem... Nós não sabemos ainda, sinto muito novamente.
-Se precisarem de mim é só chamar
-Obrigado, manteremos contato
Todos olhavam para mim, James vinha falar comigo.
-O que ele perguntou?
-Ele só perguntou quando foi a última vez que eu a vi
-O que você disse?- seu tom de voz mudou
-Calma, fiz o que você pediu. Agora pode me explicar?
-Depois... Preciso ir
Fiquei lá sentada esperando uma resposta enquanto ele foi embora. Depois das aulas ele apareceu no meu quarto mais calmo.
-Você está bem?
-Sim, estou bem- eu estava bem, mas ainda estava meio que em negação.
Ele veio e me deu um abraço tentando me confortar. Eu comecei a beijá-lo, o empurrei na parede, ele tentou me fazer parar, mas eu não o fiz, foi quando ele me virou para a parede e retribuiu o beijo de forma com que eu não poderia fugir e me empurrou até a cama. James estava tirando a camisa, nós dois já estávamos na cama, quando alguém bateu na porta e chamou por mim.
-Oi- era a inspetora - Sinto muito por Lucy, eu vim aqui pegar as coisas dela.
-Poderia voltar mais tarde?
-Claro, me desculpe.
-Tudo bem- forcei um sorriso.
Fechei a porta e lá estava James ainda, sentado em uma cadeira no canto.
-Sem interrupções?
-Sim?
Ele veio com tudo e me beijou. Eu não conseguia fazê-lo parar, não sei por que era tão impossível
Me lembrei de que a inspetora ia voltar.
-James - interrompi empurrando ele
-Que foi dessa vez?
-A inspetora vai voltar
-Está bem, eu te ajudo a levar as coisas
-Tanto faz
Levamos os pertences de Lucy. Nos encontramos com os pais desconsolados.
-Aqui estão- disse James entregando aos pais uma caixa com os pertences de Lucy.
-Sinto muito- disse ele
-Obrigado- disse o pai
Nós subimos e voltamos mais uma vez para o quarto. Ele sentou-se na minha cama e eu me sentei ao seu lado.
-Sinto muito por ela. Preciso te contar algo- ele estava sério agora
-O que?
-Foi o Adam que me ligou na praia
-Ele sabe de algo? -perguntei curiosa
-Ele estava lá quando ela morreu, foi por isso que me ligou. Aconteceu um acidente com ela, ele ficou desesperado e me ligou para tentar ajudar, mas a culpa não foi dele, por favor, não conte isso para ninguém. Vou tentar arrumar as coisas.


Depois de dizer isso saiu quarto sem mais explicações- não que ele desse muitas. No dia seguinte não falei nada para ninguém, a morte da Lucy já não me interessava mais a única coisa que eu queria saber era o que mais ele estava escondendo.

No outro dia fui informada pela inspetora que os pais de Lucy iriam fazer o enterro na Califórnia.
Decidi ir então pedi uns dias de dispensa com a autorização de meus pais.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Segundo capítulo: O primeiro contato



Era feriado longo e eu não tinha para onde ir, Lucy ia para a casa de seus pais. Já eu não tinha nada para fazer, não podia ir para casa porque meus pais estavam em processo de divórcio e não me queriam por perto. A escola estava vazia e minha última opção era a biblioteca.
Quando cheguei a biblioteca peguei o primeiro livro que eu vi- estava tão distraída que nem percebi que falava sobre mitologia de vampiros e lobisomens. Comecei a gostar do assunto, vi um vulto atrás de mim, mas estava tão entretida na história que nem percebi.
-Oi... Vampiros? Você gosta? Interessante – disse uma voz com um sotaque e um tom sarcástico.
-Não muito- respondi num tom sério tentando combater o tom sarcástico- Só peguei esse livro porque concidentemente ele era o primeiro da prateleira de história, mas até que gostei do assunto...
Continuei lendo sem dar atenção, mas ele puxou uma cadeira e sentou do meu lado.
-Sabe... Eu não acho que você seja uma delinquente.
-Sério? Acho que você é o primeiro. Todos acham isso, parecem que tem medo de mim, mas não que eu ligue. Só gosto quando as pessoas não prestam atenção.
-A escola esta vazia e já que aparentemente você não tem nada para fazer... Quer dar uma volta?
-Já que eu não tenho nada melhor para fazer- disse desinteressada.
Saímos da biblioteca e andamos pela escola durante um tempo. Nunca parei para observar a escola e perceber quão velha ela era.
-Então... De onde você veio?
-Detroit, eu meio que bati numa garota e fui expulsa.
-Serio, achei que era pior. Pelo jeito que falam- disse com um sorriso.
-E você?- ignorei o que disse.
-Inglaterra. Moro aqui há já faz um tempo- disse sorrindo
Não falei mais nada.
-Meus amigos estão fazendo uma festa no nosso dormitório. Quer ir?
-Sim.
Não prestava atenção em mais nada, estava entediada e ele o que eu poderia chamar de companhia.
-Acho que eles foram para outro lugar - disse ele quando chegamos ao quarto vazio.
-Que pena. Vou para meu quarto dormir, a gente se vê.
-Espera. A gente pode sair-disse bloqueando minha passagem com o braço e fixando os olhos nos meus.
-Preciso ir- interrompi o silêncio.
-Eu não entendo- disse ele confuso
-É fácil, estou com cansada de não fazer nada e preciso ir. Tchau- disse saindo.
Eu não entendi porque ele quis me segurar, mas eu voltei para meu quarto já que não aguentava mais o sono.
Acordei com a luz do dia que vinha da janela no meu rosto. Percebi que seria mais um dia tedioso e metaforicamente nublado naquele lugar. Ainda era feriado então a escola estaria vazia e decidi ficar no quarto dessa vez. Levantei com uma batida na porta.
-Oi - disse o mesmo garoto de ontem - Quer que eu te pague um café?
-Como você sabia meu quarto? – na verdade eu não ligava para isso
-Acho que você me disse. Então vai querer?
-Sim, só vou me trocar.
-Vou te esperar
Me vesti com qualquer coisa e saí. Ele ainda estava lá fora.
-Pronta?
-Sim, você paga?
Cinco minutos depois já estávamos sentados na cafeteria.
-Gostaria de sair comigo hoje à noite?
-Talvez. Eu ainda não sei o seu nome
-James
Ele fixou os olhos nos meus.
-Sim ou não?
-Talvez?
-Preciso ir agora, depois passo no seu quarto então- disse se levantando da cadeira meio estranho.
-Até mais.
Eram umas oito horas, o céu já estava escuro. Passara o dia no quarto terminando de ler. Novamente levantei com uma batida na porta.
-Vai querer sair?
-Ok James, tenho escolha?
-Não.
De novo vesti o primeiro jeans que achei e a primeira camiseta da gaveta. Abri a porta do quarto e o vi no fim do corredor esperando por mim. Foi a primeira vez que percebi como ele era. Ele tinha olhos azuis e cabelos castanhos escuros.
-Vamos?- disse ele balançando a cabeça em direção a saída.
Eu não respondi nada só o segui em direção ao estacionamento. Ele abriu a porta do carro para mim, um conversível esportivo.
-Você já comeu alguma coisa? Quer jantar?- disse ele ao entrar no carro.
-Sim?
-Ótimo
Ele estacionou na frente de um restaurante. Entramos e nos instalamos em uma mesa.
Comemos e ficamos conversando durante horas. Ele falou sobre Diamond Beach.
Não era tão desinteressante quanto a Lucy, mas não mantínhamos a mesma conversa por muito tempo.
-Já é tarde- disse
-É, vamos então.
Chegamos à escola que não ficava tão longe da cidade.
- Boa noite
-Boa noite - disse sorrindo
Fui para meu dormitório, me troquei e dormi. No dia seguinte passei metade do dia lendo mais um livro sobre alguma coisa irrelevante que não ficou muito tempo guardada na memoria. Quando terminei, fui para a biblioteca buscar outro.
-Oi- disse uma voz atrás de mim.
Me virei sem vontade já sabendo quem erra:
-Devia chamar a policia, isso já esta virando perseguição. Você não tem nada melhor para fazer, tipo... induzir garotas a irem em festas inexistentes?
-Seria perseguição se eu se eu fosse um maníaco-depressivo que tivesse várias fotos suas no armário, mas no momento só estou conversando com uma garota que esta sempre no mesmo lugar- puxou uma cadeira para se sentar do meu lado novam

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Primeiro Capítulo: Delaware- Diamond Beach


Olhando pela janela do carro, sei que ele está falando alguma coisa, mas nem ligo, só queria saber por que eu fiz aquilo.
Estava com meus amigos na escola quando o grupo de Tracy Nails apareceu. Ela não devia ter zombado ninguém, foi quando eu perdi o controle, ninguém me segurava, quando me dei conta já estava na diretoria com meus pais discutindo e o diretor assinando minha expulsão. No dia seguinte, eu já estava com as malas prontas a caminho de
Delaware- um estado minúsculo e deprimente que ninguém lembra. Ia estudar em um colégio interno, já que meus pais não aguentavam minhas atitudes inconsequentes e não me queriam por perto.
Agora mexo no rádio e continuo ignorando meu pai que está falando alguma coisa sobre responsabilidade e maturidade, mas a única coisa que penso é: aquela patricinha mereceu, espero que morra naquele hospital-eu sei que pareço uma louca, mas vocês não sabem pelo que eu passei.
Eu ia ir para Diamond Beach- não conhecem? Tudo bem eu também não. Era uma cidade com menos de 250 habitantes, provavelmente todos se conheciam.
-Nikki... Nikki- disse meu pai, me arrancando dos pensamentos- Já chegamos.
-Tem certeza que é aqui-eu disse olhando para aquele lugar depressivo e velho.
-Sei que você não ouviu nada do que eu falei, mas tente não arranjar problemas.
Nos dirigimos à diretoria sem falar nada um para o outro e assim que confirmamos minha matricula, eu me despedi de meu pai. Percebi que minha vida ia mudar completamente.

Quando dei por mim a secretária da diretoria me olhava de baixo para cima como se tivesse alguma doença.
-Irei chamar a inspetora de alunos para conduzi-la ao seu dormitório.
Assenti, mas não falei nada. Cinco minutos depois uma mulher gorda e sorridente me ajuda com as malas e me conduz ao corredor dos dormitórios.
-É sempre bom novos alunos- diz ela com um sorriso verdadeiro estampado no rosto- Você vai adorar este lugar, creio que você vai arrumar muitos amigos. Chegamos- diz ela abrindo a porta- Boa sorte.
Ela era otimista demais, foi estranho, mas eu gostei dela. Quando entrei no quarto, vi que era enorme e que vários móveis, mas o que mais me chamou a atenção foi a garota que estava deitada em uma das camas lendo.
-Oi, estava esperando por você- disse super animada- Minha amiga delinquente.
Não entendi se era sério ou se era sarcasmo, e respondi:
-Oi, Nikki Reid, prazer - disse estendendo a mão.
-Lucy Woods, sua nova melhor amiga.
Essas foram as únicas palavras que eu prestei atenção, ela continuou tagarelando enquanto eu arrumava minhas coisas.
Nas semanas que se seguiram eu continuei revoltada com a situação, a escola não era tão ruim e eu até comecei a gostar da Lucy, mesmo falando demais ela até que ela era legal. Na metade do mês, ela começou a me levar em festas porque dizia que eu ficava tempo demais no quarto e que precisava de novos amigos.

Prólogo



Meu nome é Nikki Reid, tenho 16 anos e sou perseguida por uma patricinha desde a minha infância.Tracy Nails sempre me perseguiu, talvez por eu ser melhor do que ela, e nunca revidar suas brincadeiras. Nós estudamos juntas desde a terceira série. Em todos os anos ela pregava umas peças e me zombava o ano inteiro, mas no começo do segundo colegial isso estava para mudar.